Existe vida pós au pair??

Lóóógico que existe, né? Oi? Ou você está achando que vai passar 1 ano fora e quando voltar todos os seus contatos profissionais foram-se pelo ralo?? Claro que não!! É exatamente o contrário. Quando eu fui, eu não tinha nem começado faculdade ainda. [Sim, foi um desespero para os meus pais]. Mas hoje, seis anos depois que fiz o programa e que fiquei dois anos longe do Brasil, muitas portas ainda se abrem para mim por causa do programa de au pair. 

Uma das coisas que digo nas entrevistas de emprego é exatamente sobre como o programa de au pair [e eu não tenho nenhuma vergonha de dizer que fiz o programa] me fez uma pessoa mais forte e flexível.  Vocês podem listar, sim, vários adjetivos que poderão agregar ao CV de vocês depois que fizerem o programa: perseverantes, fortes, determinadas etc. Afinal, quem você acha que está mais apta a assumir uma vaga em uma empresa multinacional? Você que passou meses fora e aprendeu a conviver com as diferenças ou alguém que nunca saiu da casa dos pais? Sim, o programa te coloca em muitos níveis de vantagem. Inclusive física. Se um dia, a empresa precisar de alguém para ir a um congresso, por exemplo, em uma região mais fria, certamente mandará um funcionário que tem mais afinidade com a mudança de clima. 

O programa de au pair pesa muito no CV. Na verdade, todo programa de intercâmbio tem seu valor, especialmente se você fez cursos e estudou quando morou fora. E digo mais, cursos fora da sua área profissional também contam. As empresas gostam de ver quem vai além. Por exemplo, eu fiz um curso de fotografía/edição de vídeo e isso me ajudou muito na minha área. Eu sou um exemplo de que o programa abre muitas portas. Eu estava ainda no 4 semestre do meu curso de Letras quando passei em uma seleção para trabalhar em uma grande escola bilingue aqui de Brasília. Claro, o inglês fluente e os cursos que eu fiz ajudaram, mas só o fato de eu ter convivido com as kids me deixou um passo à frente.

E a verdade é que eu não fazia ideia do que faria quando o programa acabasse. Eu sempre quis fazer jornalismo, mas conversando com um amigo, ele me apresentou o nosso curso de Letras. Eu resolvi experimentar. Se fosse ruim, eu pediria "rematch" de curso. LOL Mas isso não aconteceu. Meu curso era Letras Português do Brasil como Segunda Língua. Eu dou aulas de português para estrangeiros e amo o que faço. Tenho alunos bem pequenos- de Washington, de NYC, do Canadá, da França- e tenho alunos mais velhos também. Bom, o inglês serve como suporte, mas não é a ferramenta principal nas aulas não. As aulas são em português. Só quando dá "empate", nem eles saem do lugar e nem eu tenho mais de onde tirar exemplos para as explicações, que buscamos o dicionário. Eu tenho uma página no Face para divulgar as aulas de português e todas as semanas algumas fotos vão parar lá, como essas:




Essas duas fotos são do momento "troca cultural": eles me apresentaram dinheiro do país deles e chicletes também e eu tenho aprendido bastante. 

Assim como eu, existem várias meninas que "sobreviveram" ao programa de au pair e que hoje trabalham em outra área. Vocês conhecem a Martha Sachser de NYC? A famosa Marthinha que é fotógrafa? Pois é! A menina foi au pair também e hoje arrasa por trás das lentes. Um dia ainda tiro umas fotos com ela. Ela tem página no FB e blog também.  Ela é um doce de pessoa e posso imaginar que irá longe. Uma das fotos que peguei na página dela... 



Dei dois exemplos, mas poderia ficar aqui listando mais alguns. Existem meninas que já casaram e construíram família, outras seguiram carreira em navios ou companhias aéreas. Outras ainda, trocaram de visto e ficaram pelos EUA ou foram tentar ser au pair na Europa. Conheço ex au pair que está casada e dando aulas de inglês. Conheço ex au pair que terminou o programa e foi morar com a avó das kids até terminar o college e depois virou enfermeira. Conheço ex au pair que terminou o curso de Direito. Conheço ex au pair pra caramba e são muitas as histórias de vitórias. Meu ponto aqui é que vai passar. Essa preocupação com o final do programa, essa preocupação com o que será, passa. A parte mais dificil será tomar uma decisão, mas depois tudo se ajeita. Tudo entra nos eixos e a vida volta para o lugar. Tome a sua decisão e mergulhe de cabeça nos novos planos. Faça do novo projeto um ideal de vida e siga. Não fique apenas presa aos bons momentos dos dois anos de au pair. Tem uma aba aqui no blog só com informações que juntei sobre o que fazer depois que o programa acabar. Podem dar uma olhada e, se souberem de algo, me enviem por e-mail que eu acrescento. Foram momentos intensos, mas quando chegar a sua hora, chute a bola para frente. E mesmo que não faça gol, saia gritando. Lembre-se que o mais dificil foi a decisão de chutar a bola, onde ela foi parar são outros 500. Se fez GOL, bem; mas se a bola foi parar na arquibancada, a torcida foi ao delírio e você fez muita gente feliz. Com o tempo, o chute vai melhorando e a tendência é que a bola balance a rede. Nesse momento, lembre-se do que te fez mais forte e sorria! :) 

Galera, muito obrigada por todos os comentários aqui e no Amiga do Tio Sam no FB! Responderei a todos no próximo post que será sobre "a rotina de uma au pair". Tem mais algum tópico que vocês gostariam de ver escrito aqui? Deixe as suas sugestões nos comentários.

Comentários

Cláu disse…
Adorei o post! O fim do ano de au pair e a volta pra casa me assombra um bocado, mas vamos la! E adorei o exemplo com a bola de futebol, é exatamente isso! =)))
Crislaine disse…
Nossa esse post era tudo o que precisava "ouvir" hoje!!!!adoreiiii!!!

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