Aquele sobre o Ano Novo!
Simplesmente amar.
Como já dizia o poema de Drummond, quem teve a ideia de dividir o tempo em pedaços e difundir a ideia de que a esperança pode ser renovada de tempos em tempos, foi um ser inteligente. Astuto como toda criatura que acredita em há apenas uma forma de se fazer política ou de se bater um bolo: ingênuo. Como ele pode apostar todas as suas fichas em uma renovação que aconteceria de tempos em tempos APENAS? Melhor seria se ele tivesse apostado em difundir a ideia de "simplesmente amar". O amor é algo tão raro, que a simples ideia de amar, pura e simplesmente por amar, parece algo tão surreal. Deveríamos aprender o valor do amor desde cedo. Pena que nem todos são filhos desse sentimento e alguns nem chegam a conhecê-lo por completo. Para eles o amor é algo mais raro ainda. E assim, é na raridade do amor que mora a nossa responsabilidade de ensina- lo e de vivê-lo em sua forma mais singela. Simplesmente amando. Simplesmente amando o que passamos, pois foram experiências que nos ensinaram a viver. Simplesmente amamos o que não nos ama, pois a maior prova de que amamos é não exigir nada em troca. É amar pensando na felicidade do outro, vendo o outro como rosa que merece de cuidados e sabendo que arrancá-la seria o mesmo que matá-la. É simplesmente amando o que passou, olhando pra frente e guardando no coração as melhores lembranças. É simplesmente amando o que estamos por receber, pois então já saberemos como amar o que está por vir. E saberemos como é raro, e daremos mais valor. E como tudo que é difícil de ser encontrado, ele só fica se for convidado. E não se demora se não for valorizado e pode passar como uma brisa leve, sem nem ser notado. Assim, ame. Ame o que se está vivendo agora. Simplesmente ame o que passou e foi embora. Ame o que restou. Ame lembranças que você guardou e ame sonhos que estão por vir. Ame tudo que foi bom e te fez feliz. Ame a força que surgiu e te fez mais forte em momentos não tão fáceis. Ame o doce e aprecie o amargo, pois são como todas as dualidades que nos servem de parâmetro. Simplesmente ame o novo. O belo. O não tão belo. Ame abandonar ideias, ame escolher ideias trocadas. Ame buscar objetivos e ache a mesma graça em buscar alguns novos. Ame correr atrás do tempo perdido e ame perder tempo quando sobrar. Ame tirar um dia de folga e ame trabalhar. Ame tomar um banho de chuva e ame não deixar a água nem te tocar. Ame com palavras e com gestos. Não os economize. Ame perdoar e ame a felicidade. Ame quem está ao seu redor e perdoe quem não quis ficar. Ame o que se realizou e seja esperançoso com o que foi planejado mas que ainda não se cumpriu (amém! E ame esperar... No tempo certo virá.) Ame plantar e saiba que a colheita poderá nem sempre ser completa. Ame o que já chegou e o que está por vir. O que te gosta e o que te gostou. Mas ame independentemente da época do ano ou das fases da lua. O coração não sabe que o ano acabou ou que a maré está alta. O coração apenas ama. Eu apenas amo... Mas agora que deixei o recado, termino desejando o mesmo que o poema desejou: ame os seus sonhos. E que eles te tirem todos os dias da cama e te guiem pelo desconhecido. Que te motivem. E que sejam substituídos sempre que forem realizados. Feliz 2014.
Em memória ao primo Joninho (24-01-85 +05-01-2014). Sempre cedo demais. Rápido demais.
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